Um dia deste, com o propósito de assistir à estreia do Musical de Filipe Laféria, “Música no Coração”, fui até Lisboa! Uma vez lá e depois de levantados os ingressos – previamente pagos – sobrava tempo – e não sobrava nada – na capital o que não falta é onde passar o tempo!... «Demos corda aos sapatos» e partimos à redescoberta de postais alfacinhas – sítios característicos de Lisboa – já que não é todos os dias que temos essa oportunidade. O dia não estava muito convidativo a passeios mas, mesmo assim, do Terreiro do Passo ao Xiado… da rua Augusta ao Rossio… do Bairro Alto a Alfama… acabamos por chegar ao Castelo de S. Jorge donde, das suas imediações, nos chegavam acordes de uma música diferente – bem, pelo menos diferente da que esperávamos ouvir na peça do Laféria – sem ampliação sonora, sem aparatos de luzes ou fumos, ali, ao ar livre, para quem quisesse ouvir!... Instintivamente os nossos passos foram a procura do sítio de onde os sons nos chegavam. Demos de caras com um casal de jovens artistas espanhóis – tiramos-lhe a fixa, posteriormente – que, segundo eles, executavam música medieval!... Para mim eram sons de Castela, já que eram espanhóis e, diante aquele castelo, me fizeram lembrar os reis espanhóis… a dinastia dos Filipes da nossa História! De qualquer modo era delícia de música… sobre tudo, porque a tocam sem rede… quer dizer, sem microfones, sem amplificadores, sem misturas enfim, sem qualquer apoio electrónico!... Depois, excelentemente executada. Nada a ver com aquelas personagens que andam por aí com um instrumento nas mãos, a fazer de conta que tocam, só para caçar a moeda! Gostei mesmo! É daquela música que eu chamo de “Música Lite” porque se ouve numa boa… não fere os ouvidos nem nos deixa a cabeça zonza!... Felicitei os jovens … é pena que me tenha esquecido de registar os seus nomes mas, deixo aqui, como registo, a foto dos dois jovens músicos.
2___Sons de Leste no Porto
Numa tarde soalheira da última semana fui à cidade do Porto – há quem lá vá todos os dias… eu não, não tenho necessidade – para desenrascar umas pessoas amigas que pretendiam assistir ao conserto que os GNR iam dar no Coliseu, para comemorar 25 anos de carreira. Tive, obviamente, de percorrer alguns quarteirões da cidade invicta a pé até às bilheteiras do Coliseu quando, a meio caminho, começa a ser audível, embora meio difusa, uma música bastante agradável mas, no entanto, com laivos sonoros e rítmicos que me confundiram inicialmente!... Porque? Porque era diferente… era música que não ouvimos nas nossas rádios! Os nossos grupos também não nos habituaram a esses sons! Também não era música ambi ente que se ouvia da instalação sonora das lojas locais!... Então o que quer que fosse vinha dali… da rua Santa Catarina… era preciso e ver como é que era… então – « Pernas pra que vos quero?» - endireitei as costas, « sintonizei » melhor os sentidos da audição e lancei o mais longe possível a vista à descoberta de satisfazer a minha curiosidade! Não foi difícil!... Era mesmo ali!... Ali, a meia dúzia de metros do Via Catarina, 5 músicos – 4 homens e 1 mulher – brindavam os transeuntes daquela artéria com música de excelente qualidade. Como eu, outras pessoas paravam para saborear o som e apreciar os instrumentistas: Um contra-baixo… um acordeão… um clarinete… um violino e uma espécie de xilofone mas com cordas – disseram-me o nome do instrumento, mas como não o sei escrever em ucraniano – deixo esta referência… perdoem-me a falha… mas acho preferível, a escrever o nome erradamente! Ah! Falta dizer que as pessoas que me pediram os bilhetes para o conserto, tiveram a oportunidade de comemorar os 25 anos de carreira do seu GNR mas, antes disso, eu tive de dar uma apressadinha ate ao carro, pegar a máquina fotográfica e registar o momento! Eram então Ucranianos… músicos profissionais em digressão descomprometida – sem contratos – pela península ibérica para, entre outras coisas, divulgarem a música de leste. Pessoalmente gostei! É que… música boa, bem executada, sem compostos artificiais – a tal "música lite" – é boa todos os dias... seja ela lá de onde for.
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sorielo
1 Comments:
At domingo, novembro 05, 2006 12:36:00 da tarde,
Anónimo said…
Oláa Rick,
Realmente uma boa música com excelentes instrumentos, faz bem aos nossos ouvidos e eles agradecem. Eu também, vez por outra, vou a concertos e shows de cantores da música popular brasileira, adoro. Na ânsia de ouvir, só ouvir os artistas, a gente não dá atenção, como devia, aos instrumentistas. Falha,nossa, não é mesmo? Um pouco de culpa, debito aos cantores, porque ao ouví-los, tamanho enlevo nos leva a não dar ouvidos a mais nada. Aprecio os sons dos violões de seis e sete cordas, dedilhados por quem entende bem do assunto, como também a execução de um cavaquinho ou mesmo uma flauta,nada ficando a dever. Eu tenho preferência pelo violão. Até tentei aprender a dominar os "bordões", jamais passei do " Se a Perpétua cheirasse", rsrsrs. Mas não foi em vão minha tentativa.Serviu para fazer dormir minhas crianças.
Abraços da Juju.
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