LÍNGUA PORTUBRASILEZA
Há um dito popular que diz: "Quanto mais se mexe na merda... perdão… na trampa, mais ela cheira mal".
Pois é precisamente isso que eu sinto em relação a mais esta mexida que acabaram de fazer com a Língua Portuguesa... “Língua de Camões” e a que chamam, pomposamente, de “Acordo Ortográfico” mas… acordo?! Mas qual acordo?! Acordo com quem?! Dos 10 milhões de portugueses, que quer queiram ou não, são os legítimos herdeiros desse valioso património, quantos foram ouvidos, ou achados… a propósito dessas alterações? Quantos cidadãos tiveram conhecimento do que estavam a fazer com o seu património cultural mais valioso, antes de o apresentarem… o acordo… já ratificado?
Quase posso apostar que se pode contar pelos dedos de uma mão… talvez um pouco mais, que seja … não deixa de ser uma insignificância para lhe chamarem de “Acordo”!... Meia dúzia de indivíduos... quase sempre pseudo intelectuais... não me parece que sejam donos de toda a sabedoria para, tão poucos, se acharem no direito de mexerem no que é pertença de tantos.
Se lhe chamassem "DESACORDO", aí sim… não só estaria mais correcta a designação das alterações que efectuaram mas, assim como assim… davam um bom exemplo de português… chamavam os bois pelo nome!
SÓ POR CURIOSIDADE
Gostava que me dissessem em que é que essas novas regras contribuem para a nossa felicidade... ou seja: Que mais valias daí vem à nossa Língua? Vem permitir que o dialecto se entenda mais e que se decore menos? Não! Vem enriquecer a beleza dos sons? Também não! Vem facilitar a aprendizagem? Não, nada, niqueles, pelo contrário... vem é produzir palavras e sonoridades esquisitas… dificultar mais a aprendizagem e espalhar a confusão.
ALGUNS EXEMPLOS
Façam de conta que não conhecem nem uma coisa nem outra e leiam sem o assento agudo: “Linguiça” … “Pinguim” … e sem o hífen: “Autorretrato”… “Antirreligioso”… “Antiibérico”… etc. Ah!... o “Pão de mel” perdeu o hífen mas “Água-de-colónia” não! O “Vermelho-acobreado” tamtém continua com hífen apesar das duas vogais… vá lá saber-se porquê!
ESTRANHEZA
Sempre que aparece por aí uns brasileiros armados em eruditos e, tudo indica, sem algo mais útil para fazer, pumba…obram… perdão, inventam um acordo ortográfico. Faz-me espécie como português, como é que um país com uma historia quase milenar, com idioma próprio se sujeita a este tipo de coisas!!! Porque será? Com que direito? Que interesses haverá por traz?
SÓ MAIS UMA COISA
Se querem o “Português” mais divulgado e mais falado… mais escrito e mais lido… parem de brincar aos acordos ortográficos, ok? É que o nosso alfabeto possui caracteres para todas as situações e tem tudo para se tornar um idioma de fácil aprendizagem, popular e dos mais falados no mundo!... Bastava que actualizassem uma regra simples!…
A SABER
Só precisávamos de passar a usar a letra que corresponda ao próprio som que desejamos pronunciar! Por exemplo: Se temos um J porque precisamos do G a fazer de Jota? Se temos um S porque colocamos um C para dizer Cem ? E porque uSámos e abuSámos da letra S a fazer de Z? E se precisamos de usar dois RR para diferenciar paRRa do paRa, já se podia dispensar o uso de dois SS juntos! A propósito do S… que por sinal é uma letra bonita… porque não arruma de vez com o Ç que a maioria das vezes é um Quê? Como vêm, regras bem simples e que se entende à primeira vista… o suficiente para não ser preciso ser letrado para saber escrever correctamente!
«AREIA DE MAIS»
Se hoje colocarmos 10 pessoas a escrever um texto de português, dificilmente se encontrará dois textos iguais, tantas são as duvidas que as pessoas têm sobre a escrita. São palavras compostas com traço e sem traço! São quês a fazer de esses! São esses a valer zês! São guês para se ler como jota! São assentos e sem assentos, enfim!... Já começa a parecer outra Língua que não a portuguesa… será que estão a tentar inventar uma nova!? Talvez uma “PORTUBRASILEZA”!? Sei lá!!!
2 Comments:
At terça-feira, fevereiro 03, 2009 2:52:00 da tarde,
Anónimo said…
Olá.
Parece que brinscas com este assunto mas no fundo acabas por ter razão. Este acordo não veio trazer nada de bom ao portugues e estou de acordo quando dizes que vem sim aumentar as confusões já existenstes.
No que toca aos autores, tb defendo a tua suspeita, porque será que parte sempre do Brasil? Mas eu pergunto: Porque os brasileiros não fazem um acordo ortografico entre si? Nada contra o Brasil nem contra os brasileiros mas vemos como escrevem Otimo em vez de Optimo. Escrevem Mais em vez de Mas. E dizem Indenização em vez de Indemnização e outras mais.
Quanto a essa ideia de aplicação das letras ao seu proprio som, por mim assinava em genero e grau. Tenho a certeza que os erros de portugueses se não fossem totalmente banidos eram seguramente reduzidos.
Bem vindo ao club amigo. É que eu estava revoltado mas quando dei com este texto fiquei mais aliviado.
Cumprimentos
Abel Cintra
At terça-feira, fevereiro 03, 2009 3:02:00 da tarde,
Anónimo said…
Sr. Couto, sr. Couto.
Não são bocas a mais para tão poucos ouvidos?
Mas sabes uma coisa? Tens carradas de razão. Só vieram aumentar as dificuldades do entendimento da escrita, porque uma coisa é aprender algo compreendendo o que se nos apresenta e outra coisa é a gente ter de decorar umas quantas regras que volta e não volta se nos escapam porque a nossa memoria é que nem as ondas do mar, toa depresa estao calmas e serenas como de repente se agigantam.
Resumindo, e numa linguagem à sr.Couto, que pariu este acordo,não é mesmo? Eu Acho, completamente.
Abraço
Pereira
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